quinta-feira, 20 de maio de 2010

Reduzir jornada de trabalho por quê?

Por que reduzir a jornada aumentada o desemprego em vez de diminuir?
Com a redução da jornada, sem a redução do salário, haverá um aumento do custo da mão de obra. Os funcionários trabalham numa carga horária menor, com o mesmo salário. A hora trabalhada fica mais cara, aumentando o custo do empregador, que buscará enxugar seus gastos, e não aumentá-los com contratações. Pelo contrário, em vez de novos empregos, haverá riscos para os existentes. O ultimo estudo disponível da Organização Internacional do Trabalho (2003) aponta o Brasil como país com a menor carga horária de trabalho na América Latina.

A redução da jornada de trabalho, sem a diminuição dos salários, e o aumento do valor da hora extra estimularão os investimentos e o emprego?
Não. Essas medidas não têm força para estimular novos investimentos e muito menos para melhorar a qualidade da educação, fatores indispensáveis para criar empregos. No Brasil e no resto do mundo, os investimentos só crescem quando aumenta o consumo e as empresas encontram um ambiente propício aos negócios e uma infra-estruturar adequada ao incremento da produção. A redução jornada de trabalho não é um indutor de investimentos. Pelo contrário, poderá representar um obstáculo à expansão da produção, pois elevará os custos das empresas. Os defensores da jornada legal menor alegam que o corte de quatro horas semanais na duração do trabalho abriria 2,25 milhões de empregos. Esse numero é resultado de um cálculo matemático que desconsidera a realidade das empresas e da economia.

Quais serão os reais efeitos da redução da jornada sem a redução dos salários?
Sem uma redução equivalente dos salários, a jornada menor elevará os custos diretos e indiretos da produção. Aumentarão os gastos com salários, pagamento de encargos legais e benefícios, como planos de saúde, providências privada, creche, transporte e refeições dos empregados. Se houver necessidade de contratação de novos empregados, a empresa terá custos adicionais com o processo de treinamento, recrutamento, compra de equipamentos e até a ampliação das instalações. A medida prejudicará, particularmente, micros e pequenas empresas, segmento em que o trabalho tem uma participação expressiva nos custos da produção e enfrenta maiores dificuldades para obsorver e repassar a elevação aos preços. Em momentos de crise econômica e acirramento da concorrência, o aumento nos custos de produção pode significar a perda de mercado para empresas de outros países e, portanto, a destruição de empregados.

Publicado: Jornal Bom Dia - 18/05/2010

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